Sunday, April 6, 2008

Um sábado de recordações

Sábado, dia 5 de abril, ano de 2008, 9 e 45 da noite.

Acordo no meu quarto, com uma temperatura ambiente agradável... lembro-me daqueles despertares que se seguiam a grandes noites de sono bem passadas no Algarve, em que a moleza e o descanso nos fazem ficar deitados, espreguiçando esporadicamente, com um olhar vagamente catatónico pregado no tecto... memórias e pensamentos atravessando as sinapses trazem-me imagens de tudo e mais alguma coisa....

Já a meio do dia o meu ser tinha passado por uma experiencia algo similar... às 3 da tarde o sinal luminoso demasiado intenso já penetrava pela minha glândula pineal, despoletando uma cascata de sinais hormonais que eu sabia que me levaria a acordar. A minha vontade era de continuar a dormir, os membros entorpecidos e cansados da noite anterior passada no laboratório ainda não se tinham refeito e pediam urgentemente mais sono, mas a batalha para eles estava perdida. Pelo menos por enquanto. Tinha-me deitado eram 9 da manhã, e a meio da tarde, experimentava uma contradição de sentimentos, enquanto o meu corpo pedia mais sono, e o meu cérebro acordava. Aquele bocejar injectou-me a quantidade final de oxigénio que o meu cérebro pedia, e por agora, sabia eu, não havia volta a dar. Os membros iam ter de esperar.

Levanto-me naquele esforço, sacudindo as extremidades corporais e esfregando os olhos... Vejo o computador. A confusão que atravessa o meu quarto não me desperta nenhuma vontade de entrar em arranjos domésticos. Vou à rua, onde o dia apesar de solarento e azul, está frio.
A nicotina entra na corrente sanguínea, e mais uma vez estou de frente ao computador. Pelas 5 e 30 da tarde finalmente os membros ganham a batalha que à muito travavam com o cérebro, conduzindo-me para a cama. "vou só fechar os olhos por um bocadinho..."

E foi esta predisposição de acontecimentos que me fez acordar às 9 e 45 da noite, com a memória a divagar por tardes algarvias....

Acordei relaxado. Descansado, pode-se dizer... bem disposto. Rindo-me com facilidade das memórias que passavam pela vista, e com uma alegria no mínimo invulgar. A esta hora e depois de tão bom descanso, seria impossível voltar para a cama e acordar de manhã no dia a seguir.
Com tão boa disposição, ficar a noite inteira analisando ao pormenor as paredes do meu quarto também não se apresentava como uma opção...

Saio para a rua, em direcção à baixa. Pela primeira vez desde que voltei das férias de Natal, heis que me encontro a caminho da tão famosa "101" de Reykjavik, agitada rua, animada pelos estupores alcoólicos dos transeuntes a partir das 0 horas...
Sinto o frio a passar pela pele recentemente aquecida pela duche quente. Sinto que está frio, mas é um frio que sabe bem quando bate na cara. A largos passos dirijo-me para a paragem de autocarro ao fundo da rua... As cascatas verde-luminosas que rebentam no céu fazem-me parar, tentando inutilmente capturá-las com a minha máquina fotográfica. A paragem de autocarro estaria a pouco menos de 50 metros quando vejo o autocarro a passar... Olho para o relógio: "10:55" ... não pude deixar de pensar: "Filho da puta do autocarro veio antes do tempo, não vou esperar meia hora pelo próximo, vou a pé!"

Parando no caminho para comer alguma coisa, passaria pouco das 11 e 45 quando finalmente chego à "101".

A noite foi animada. Conversas surgiam do ar, com quem passava ou com quem estava. Corpos ondulantes ao som da música agitam-se aparentemente sem nexo, e os guinchos alcoólicos volta e meia lá se faziam ouvir, entre grupos que mais eufóricos lá contavam as suas histórias entre largas gargalhadas.

O caminho de regresso foi mais complicado... Frio e uma longa caminhada nunca sabem bem às 3 e 30 da manhã, mas chegando á cama, foi fácil cair num sono bem merecido.

Foi uma boa noite de sábado sim senhor...

Kjell H.

1 comment:

FaRinha said...

Ta quase :D
Bem começa a ser preciso dicionário para este blog :P e n te preocupes q isso de andares a divagar pla noite vai acabar =P q ca n te deixo andr sozinho **